Visitas

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Olhar de cima

Estou impressionado com o tamanho do mundo!
Ele é muito grande.
Até demais pro meu gosto.
Do alto, centenas de kilometros cabem na ponta do polegar.
Tudo imenso com cara de eterno.
Fico imaginando a tristeza dos astronautas.
Olhar do espaço e ver a miudeza do imenso.
As pessoas se acostumaram a olhar o mundo de baixo.
Por isso vêem tão pouco.
Meio-metro de ignorância.
Arrogância em forma de nariz.
Se eu fosse Deus, a primeira coisa que faria era construir uma escada.
Enorme, com quatro mil e quinhentos degraus.
E o batismo seria subir, subir, subir.
"Olharás o mundo do alto para te dares conta de tua pequenez!"
Do alto, as pessoas parecem formigas.
Ou melhor, nem aparecem.
Apenas caminham.
Do chão, julgamos rasos aqueles que nos cercam.
Perspectivas aéreas salvarão o universo da baixeza humana.
O mais bonito do alto é poder ver o horizonte.
Vertical. Próximo. Amarelo.
Ninguém pode ser feliz sem ver o horizonte.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O silêncio eterno do Amor

O amor é calado.
Tenho aprendido, intensamente, que quem ama, não fala.
O amor é o grito incessante daqueles que apenas sentem.
E só.
Na palavra sufocada,
No olhar cruzado,
Na lágrima teimosa em cair.
Em tudo há um grito do amor.
Ele não precisa de estardalhaço.
Ele se faz em pequenas coisas.
Miúdas como um carinho no braço.
O amor é um braço.
Nele abraçamos o mundo com uma blusa de lã.
O silêncio, esse sim fala.
Ai daqueles que pelas palavras julgam amar.
Ai daqueles que pensam edificar o mundo pelo falar.
Esses, jamais amarão.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mistério e Morbidez

Enquanto se tem um mistério se tem saúde.
Quando se destrói um mistério se cria a morbidez.
O homem comum sempre foi sadio porque o homem comum sempre foi místico.
Ele aceitou a penumbra.
Ele sempre teve um pé na terra e outro num país encantado.
Ele sempre se manteve livre para duvidar dos deuses;
Mas, ao contrário do agnóstico de hoje,
Livre também para acreditar neles.
(Chesterton)