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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Esperança, amor e paixão

Esperança é o que se coloca entre a paixão e o amor.
A paixão liquida a esperança no instante.
O amor, num instante, alimenta a esperança do eterno.
Vivemos o tempo do efêmero.
Tudo se consome no fragmento de um instante.
Vidas. Sonhos. Laços.
Há fragmentos de amor sussurrando tempos por aí afora.
Ele, o amor, anda à espreita de quem o alimente.
Tenho pena dos que não têm esperança.
Dos que afugentaram todos os sonhos na liquidez do instante.
Dos que ao invés de ousar no amor,
Consumiram seus corpos e vidas em paixões desesperançadas.
Há paixões que são eternas.
Porém, essas, viverão de sussurros.
Cálidos. Porém, sussurros.
Eu?
Eu Prefiro o amor que não passa.
E espera.
Quietinho, o tempo lhe tocar os lábios.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Tempo de incômodo

Estou incomodado.
Deus está me provocando novamente.
Não quero passar a minha vida regurgitando coisas fúteis.
E não quero ser fútil.
Quero fazer algo que, de fato, me potencialize a ser quem sou.
Meu ministério só tem sentido no próximo.
Davi derrubou muralhas...
Quando olho ao meu redor vejo as muralhas da mediocridade erguidas contra mim.
Tuas cercas, ó Deus, elas me cercam!
Tu amas um coração sincero.
Livrai-me do sangue da infelicidade.
Dá-me de novo um espírito decidido.

terça-feira, 22 de junho de 2010

DAVI E BETSABÁ

Estou escrevendo uma nova peça.
Davi e Betsabá.
O conflito entre a culpa e o amor.
De fato, amor e culpa andam juntos.
Paraíso e Inferno.
Para os medievais, o amor é um inferno.
A culpa é a pior de todas as condenações.
O tribunal da vida nos julga.
As relações que estabelecemos podem nos libertar.
Porém, podem também matar.
Vivo uma relação conflituosa com Deus.
Ele me dá presentes para que eu possa cuidar.
Porém, eu, em resposta, infernizo-me com culpas passadas.
Que Davi e Betsabá seja um grito.
E que as muralhas de Jerusalém sejam reconstruídas!
Última chance!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Religião e Fé

Há uma diferença fundamental entre Religião e Fé.
A religião passa. A fé transpassa.
A religião vive de doutrina.
A fé passa (ou não) pela doutrina, mas ultrapassa também.
A religião não tem nada a ver com deuses.
Tem a ver com homens, mulheres e pedras.
A fé também não tem a ver com deuses.
Mas nos faz crer neles.
A religião pode servir à fé.
Deveria.
Mas, infelizmente, permanece em pedras.
A fé, dizem que é dom.
E pode não servir para nada.
Porém, sem fé, o que resta da vida?
Isso, a fé é Vida!
É fechar olhos, tocar pés, sair de gaiolas.
E buscar alturas.
Senhor, dá-me ultrapassar minha religião sempre.
E serei Fé!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma Aliança

Nunca usei aliança.
Meus dedos não suportaram jamais uma circunferência limitando-os.
Ter uma circunferência ao redor de um dedo é, de certo modo, limitar-se!
As pessoas adoram ser limitadas.
Um aro diz muito para quem existe!
Porém, hoje, sinto-me maduro para vestir meu dedo.
Deus me preparou para limitar-me ilimitando-me!
O amor por tornar-se o que sou me vestiu de esperança.
Rezava por desnudar-me a alma,
E Tu me vestiste de alegria.
Ó Deus dos dedos humanos, enchei-me de coragem,
Para que a Aliança que ora visto seja sinal constante de vosso cuidado por mim.
Dou passos...
Em direção à liberdade de ser quem sou!
Roço pés nesse caminho,
E banhos, e banhos, e banhos...
Meus dedos nunca mais estarãos nus.
Chegou o tempo de ser completo.
Que Davi e Betsabéia me inspirem a enxergar vida na transgressão.

domingo, 13 de junho de 2010

Contra toda mediocridade

Os medíocres sempre serão medíocres.
Ficarão no meio.
São até bonzinhos eles.
Porém nunca conseguirão ir além da metade de si.
Pois não querem!
É muito para eles tentar algo na vida.
O mundo precisa dos medíocres.
Porém, não os suporto.
Afastai-me deles ó Deus,
Que para superar toda mediocridade,
Assumiste a minha frágil natureza.
E nos fizeste grandes!
Enormes!
Ficar no meio é um pecado sem perdão.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Um pouco mais de Pessoa

Só o que sonhamos é o que verdadeiramente somos,
porque o mais, por estar realizado,
pertence ao mundo e a toda gente.
Uma Zebra é impossível para quem não conheça mais que um burro.
Sou a cena nua onde passam vários atores representando várias peças.
Que o nosso amor seja uma oração...
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 1 de junho de 2010

O relativo do tudo

Somos lançados na vida para saborear o relativo.
Quando absolutizamos fatos, pessoas ou coisas, nos relativizamos.
Porém, em cada relação, em cada pessoa que passa em nossas vidas, somos lançados à relatividade fulgaz das coisas.
Não nascemos senão para o relativo.
Relacionar-se é relativizar-se.
É abrir mão dos próprios absolutos.
A experiência de se abrir para alguém é o grande barato da existência!
Saber que não nos bastamos. Não nos absolutizamos.
Saborear o relativo e ver o absoluto em cada momento é a única solução.
O tudo não tem tempo.
Não precisa de anos de história.
O tudo se experimenta no relativo.
Eu sou um pedaço do Absoluto divino quando me relativizo no amor.
Tudo é relativo se faço alguém feliz.
Ele se tornou relativo e por isso é Absoluto.