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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Nuvens gordas de verão

A matéria não morre nunca.
Ela se transforma
Como o sol que escolheu bater em minha sala esta tarde pelo avesso...
Pelos reflexos...
É quando a carne vira do avesso que alma existe.
Amor é a paciência pelo futuro.
Paixão é a ardência-urgência pelo presente.
Amor espera.
Convive com a distância.
Pois sabe que a presença existe, onde for.
Paixão resmunga e é deliciosa.
Amor mastiga trinta e três vezes antes de engolir.
Tanto o amor quanto a paixão são feitos de matéria oca.
Que tinem e viram túneis ao mesmo tempo.
Seus olhos com curvas no fim parecem tobogãs,
Que acordam em slow motion
E se deitam em foward 4x
Minhas lágrimas saem espremidas pelo rosto,
E fogem rapidinho, porque sabem que você as enxugará.
Descobri no Ser plural de hoje
Que a Metafísica existe, porque espera.
O deus, pelas surdinas, anda na encolha,
Me rezando como insistência do errado até virar certo.
Minha carne está ansiosa pela ferida,
Como nuvens gordas de fim de verão.
Derramar é uma necessidade.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Mind the gap

O Corpo é verbo.
Maiúsculo e solitário,
Pode se mover para todos os lados,
E ser infinitivo ao mesmo tempo.
Avesso-me ao objeto,
Recuso-me a ser sujeito,
Escutem, pois o corpo quando fala
Só fala mesmo é gritando!
De tão plástico,
O amor precisa de fogo pra ser moldado.
O esculpido é desculpado de tudo porque deseja.
Quem acusa ostenta a prova.
É quando as portas do trem se abrem
Que o corpo quente em dedos gordos se mostram de repente.
O beijo escolheu o espaço de um hiato.
Mind the gap.
O seu rock and roll aos poucos aprende o meu carnaval.
A cachoeira que atravessamos juntos
O penhasco do proibido
A avenida deserta de almas e cheia de gente
O corpo incandescente de cada um
Aprendeu a acender as lâmpadas dos postes caguetas.
Espero-te nas sextas para desaguar a semana do universo.
É com quatro meses que se costuma saber o sexo dos bebês.