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terça-feira, 15 de abril de 2014

Sobre Vírgulas

Eu não faço poesia.
Faço é futrica.
Faço é ser cupido.
Eu coloco palavras solitárias pra namorarem.
E permito com que se beijem em público.
O verso é uma declaração de amor,
Mas a paixão acontece mesmo é no subterrâneo da prosa.
Escrever é uma forma de permane-Ser.
É sobrevivência pra quem já predicou-se em sujeito oculto.
Lembro-me de que fui advertido por só escrever à lápis.
Mas, fazer o quê?
A possibilidade de ser apagado é a minha maior crença.
Só quem é lido é apagado.
O Fim é a minha maior fonte de inspiração.
Eu creio no Ser que quis se relacionar antes de existir,
No Amor não-dito, feito mais de mudez do que de palavras.
Mas eu creio sobretudo nas vírgulas,
Benditos pontos com rabinhos, indicadores de eternidade...
Uma vírgula é um ponto soprado.
É a insistência de ter sempre algo a ser escrito,
Mesmo quando toda palavra investir em desistir.
No Fim, quando o Ponto Final for a única certeza,
Olharemos para trás
E seremos julgados pelas vírgulas que deixamos
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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Contra a Paz

A paz é privilégio dos idos...
Não me ofereçam uma paz feita sossego e leite com biscoitos,
Não me entupam de calmaria
Pois sem vento,
Não há barco que navegue.
Escolha o amor das turbulências
O amor dos desvios,
Beba-o efervescendo.
A guerra é a mãe de todas as coisas.
Das boas.
Das más.
No conflito, a única vida possível...
O sangue que flui é o mesmo que entope as veias.
Entre o amor e a paz existe um abismo intransponível.