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quarta-feira, 10 de março de 2010

Não posso reler-me, mas posso assinar-me (René Char)

Essa é uma grande verdade!
Nunca nos relemos. Mesmo quando nossa consciência quer apreender nosso ser, ele nos escapa.
Tentar dizer-se é uma insanidade.
Tentar reportar-se é uma loucura sem tamanho.
Não podemos descobrir tudo o que somos, tendo em vista que já somos lidos.
Lidos e lidados.
Todavia, podemos assinar-nos.
Trata-se de afirmar aquilo que foi pronunciado de nós quando nos leram.
Ou quando nós mesmos nos lemos.
Eu assino embaixo sobre tudo de mim.
Assino à mão e à caneta.
Imprimo o dedo naquilo que não entendo.
Sem testemunhas, digo sim!
E assim me surpreendo com o caos da existência.

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