Visitas

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Mãos que não mudam

Hoje eu fiz uma visita que me refez.
A uma senhorinha, minha antiga catequista.
Deus me visitou nela.
Oitenta e oito anos de amor. Olhos puxados pela origem e pelo tempo.
Delicadeza no cuidado.
Preparou-me uma mesa com salgadinho sem queijo e refrigerante.
Sim, ela sabe do que preciso.
E do que não posso!
Seus passinhos lentos, sua boca miúda e serena me fascinam.
Mas sãos suas mãos finas, com suas veias estaladas que me hipnotizam.
Cuidado puro, em forma de tempo.
Amor que não muda. Eterniza-se na palavra suave e terna.
Senhor, dá-me, no fim da vida, a coragem de ter mãos com veias estaladas.
E que dentro dessas veias, corram um sangue castigado pela vida.
Mas que seja carregado de sentido.
E que levem o bem ao meu peito cansado.
Senhor, que na minha inconstância perene de existir,
Eu nunca me esqueça daquilo que não muda.
O bem que fazemos aos outros.
Bem que é simples, Bem que anda devagar.
E não fala alto.
Que eu mude de tudo...
Mas jamais me esqueça do Bem.
E serei eterno como as mãos meigas da minha velha catequista!

Um comentário:

mariab disse...

Como é bom agradecermos a quem nos ensinou a orar, volte logo para continuar ensinando-nos .Deus te abençõe sempre!!