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terça-feira, 15 de abril de 2014

Sobre Vírgulas

Eu não faço poesia.
Faço é futrica.
Faço é ser cupido.
Eu coloco palavras solitárias pra namorarem.
E permito com que se beijem em público.
O verso é uma declaração de amor,
Mas a paixão acontece mesmo é no subterrâneo da prosa.
Escrever é uma forma de permane-Ser.
É sobrevivência pra quem já predicou-se em sujeito oculto.
Lembro-me de que fui advertido por só escrever à lápis.
Mas, fazer o quê?
A possibilidade de ser apagado é a minha maior crença.
Só quem é lido é apagado.
O Fim é a minha maior fonte de inspiração.
Eu creio no Ser que quis se relacionar antes de existir,
No Amor não-dito, feito mais de mudez do que de palavras.
Mas eu creio sobretudo nas vírgulas,
Benditos pontos com rabinhos, indicadores de eternidade...
Uma vírgula é um ponto soprado.
É a insistência de ter sempre algo a ser escrito,
Mesmo quando toda palavra investir em desistir.
No Fim, quando o Ponto Final for a única certeza,
Olharemos para trás
E seremos julgados pelas vírgulas que deixamos
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2 comentários:

mariab disse...


“Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade.
(Paul Valéry)”
Nesse momento de solidão e silêncio...posso ser grande ou pequena...
posso voar ou cantar...posso ser corajosa ou sentir medo...
posso errar ou acertar.
Puxa ! Saudades de seu blog , abraço fraterno.

Suely Melo disse...

Nossa, Thiago! Sempre me surpreendo com sua poesia. E não me canso de dizer que o que você escreve é lindo e é rico. Não é só estética, é reflexão também. Magnífico! Adorei! Ah, só falta o livro agora. Bjs,