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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Mediador (de F. Schlegel)

Não vemos Deus, mas por toda parte vemos o divino: antes de tudo e mais propriamente, porém, no centro de um homem cheio de sentido, na profundeza de uma viva obra humana.
Você pode sentir imediatamente a natureza, o universo, pode pensá-los imediatamente, não a divindade. Só o homem entre os homens pode poetizar e pensar divinamente e viver com religião.
Tampouco alguém pode ser mediador direto de si próprio, ainda que seja para seu espírito, porque este tem de ser pura e simplesmente objeto, cujo centro aquele que intui põe fora de si. Escolhe-se e põe-se o mediador, mas só se pode escolher e pôr aquele que já se pôs como tal.
Um mediador é aquele que percebe em si o divino e, aniquilando-se, abandona a si mesmo para anunciar, comunicar e expor, nos costumes e ações, em palavras e obras, esse divino aos homens.
Se tal impulso não tem êxito, aquilo que se percebeu, ou não era divino, ou não era próprio.
Mediar e ser mediado é toda vida superior do homem, e todo artista é mediador para todos os retantes.

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