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quinta-feira, 9 de junho de 2011

A batina ou a paixão

Prefiro a paixão.
Explico-me.
Ser padre, para mim, não significa um título.
Não se trata de uma honra,
Um poder, uma veste branca,
O meu ministério nunca foi e nunca será branco.
Ser padre é ir além de rótulos,
Modos de falar, teorias doutrinárias celestes,
Eu nunca serei um padre lambido.
Paparicado e confortado em suas lindas vestes.
Minha Ordem é a da Desordem.
Por isso, prefiro a paixão.
A paixão de viver Deus no pequeno da vida.
Não nas grandes encíclicas,
Não nos sermões floridos,
Não no frio de igrejas de pedras mortas,
Não em regras desregradas em si e feitas de nãos.
Não há batina que sirva em mim.
Prefiro viver loucamente uma paixão...
Que me lança no altar como se fosse um leito nupcial...
Onde a cada Eucaristia me cobre de beijos cálidos,
E diz que me ama.
Prefiro pregar poemas, peças teatrais, romances.
Prefiro assumir a desordem humana e nela batizar o universo.
Prefiro a confissão daqueles que a batina cobriu.
Entre a batina e a paixão,
Sempre preferirei a paixão.
Meu ministério sempre, sempre será maior do que uma batina,
Que aliás nunca usei.
Será, acima da tudo, a paixão desmedida por uma pessoa,
Que, além de minhas desordens,
Olha minha sinceridade.
E pela minha história, cravou a dele na Cruz.
Só os apaixonados se salvam.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não há vários caminhos espirituais, nem várias religiões.Só há o caminho que amamos e que pelo amor se torna vivo - verdadeira religião!
Parabéns pelo Blog, que a sensibilidade encontre espaço para habitar o mundo!

mariab disse...

Adoro a sua maneira de evangelizar, seus posts são verdadeiras homilias, com batina ou não o importante é ser Fiel.
A sua Benção!
saudades, forte abraço!