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terça-feira, 12 de julho de 2011

O amor dos gregos

Leio Foucault.
O uso dos prazeres.
Uma história da sexualidade.
Geralmente não posto aqui meus estudos de doutorado.
Acho coisa fria.
E meu blog é um lugar para se fugir da frieza da vida.
Mas essa leitura é cálida.

Os gregos tinham uma visão muito interessante de amor.
O conflito como regra.
Em todas as relações, guerra.
Dominar e ser dominado eram os critérios morais.
O julgamento se estabelecia sobre aquele que se subordinava ao outro.
Ser conduzido por alguém era princípio de desonra.
Conduzir era a atitude de todos.
Interessante essa concepção bélica do amor.
Uma batalha incessante por afundar os navios do outro.
Às vezes, armistícios são promulgados.
Mas o desejo insaciável continua ali,
Com suas armas todas apontadas.
Ao meu ver, o amor cristão é andar numa navalha.
É viver conciliando soldados.
E fazer de cada momento com o outro, um tratado de paz.
Não se trata de sujeitar-se.
A kénosis do mestre nao é subordinação.
É fazer da entrega de si a maior arma.
Não se trata de fugir dos embates ordinários da vida,
Mas assumir o outro como aliado.
No mar da instabilidade, o amor é um barco.
No conflito, o equilíbrio saudável sobre as ondas.

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