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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sementes

As sementes não mentem.
Elas morrem.
E morrem da melhor maneira possível.
Elas se dilaceram em forma de broto.
O broto sai de dentro da semente.
Carcome o que restou de vida no interior dela.
Fico maravilhado com a dinâmica da vida.
Devorando-se, um ser vivo gera outro.
Por isso o semeador semeou.
Para que cada um seja uma vida a ser devorada.
Uma semente carcomendo-se no cotidiano.
Assumir a realidade decompositora do existir,
É fugir dos espinhos, das aves, das pedras.
Ser terra boa é não ficar à margem do caminho.
É entender a rota simples de Ser.
E germinar o efêmero.
Ainda que em brotos frágeis e delicados.
Viver é devorar-se.
É regar o universo com um simples respirar.
Deus absconditus

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