Visitas

domingo, 21 de agosto de 2011

Digestão

Somos o que comemos.
Isso se estende pra muitas coisas da vida.
Alimentos, Relações, Religião, Filosofias.
Somos o resíduo devoracional da história.
O tempo nos come.
E nos processa em seu intestino lento.
Às vezes roçamos em suas entranhas...
Mas mesmo nossa indigestão mais profunda,
Não passa de cócegas no interior da história.
Estou desacreditado de revoluções,
De mudanças bruscas no mundo,
De tentativas pretensiosas.
O Ser é um estômago!
Tudo é abraçado melancolicamente
Por um suco gástrico repetitivo.
Ninguém quer uma teoria nova,
Muito menos um deus novo,
Ou uma oração transformadora.
Eu falo que quero,
Mas no fundo não quero.
Quero-me.
Busca-se uma justificação pra vida.
Uma receita de bolo pra felicidade.
E cada vez mais acredito,
Que não a encontraremos no novo.
Mas no infinitamente mesmo.
Atordoante mesmo,
Devorado a cada dia,
No feijão-com-arroz calado do existir.
Êta vidinha cada vez mais besta meu Deus!

Um comentário:

mariab disse...

“Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez, outras mais lentamente. E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim." (Caio Fernando Abreu) Estou orando por você, que seu final de semana seja bem agradável! abraços,Paz e bem!