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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Direito ou Dever?

Houve um momento na história do Cristianismo
Em que o dever se tornou direito.
O chamado ao discipulado deixou de ser um convite.
E deixou de ser respondido.
O critério passou para o interior do sujeito.
Eu me acho digno de ser discípulo e pronto.
Ninguém me arranca esse direito.
Passagem infeliz da pessoalidade à subjetividade.
Quando o seguimento a uma pessoa se torna uma decisão subjetiva,
E deixa de ser um eco de um apelo exterior,
O poder se instaura.
Ligar e desligar não pertence mais ao divino que me perpassa,
Mas à autoridade que ao meu eu foi confiada.
Triste ilusão!
Essa dicotomia cristalizou no seioda sociedade ocidental
Uma religião que se julga escolhida.
A instituição deixa de ser o espaço comunitário da resposta,
Para ser refúgio das ausências.
Esconderijo perspicaz dos ávidos de sentido.
A fé se torna fonte de direitos e não de dever!
"Porque sou religioso, mereço...
Porque creio, posso...
Porque professo... a mim me pertence..."
Respostas infelizes diante de um mundo onde o sujeito se foi.
Critérios inócuos, envenenados pela mediocridade.
Ninguém merece.
Ninguém pode.
O deus escapa a qualquer pertença.
Ele é ensaboado.
Ser religioso é uma resposta pessoal e não subjetiva.
Pessoa diferente de sujeito.
A vida é muito mais do que um objeto.
O divino está além dos predicados.
E Ele não nos deve nada.

Um comentário:

mariab disse...

"O que agrada a Deus
Em minha pequena alma
É que eu ame minha pequenez
E minha pobreza
É a esperança cega
Que tenho em sua misericórdia"


É sempre um presente para mim quando leio seus textos,hoje quero te enviar um mimo ,uma rosa de Santa Teresinha. Um grande abraço!!.