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domingo, 18 de setembro de 2011

Livros eternos (Se você não os leu, não leia esse post)

Há livros que me arrependo de ter terminado de ler.
Grande Sertão e suas veredas,
Dom Quixote e seu Sancho,
Pessoa e seu Desassossego.
Explico-me antes das pedras.
Determinados livros não devem nunca ser concluídos.
Deve-se saborear aos poucos.
E não devorá-los.
Terminá-los é uma tristeza sem fim.
É muito triste acordar e saber o fim do Cavaleiro da Triste Figura.
Pior ainda é descobrir quem é Diadorim.
Haja desassossego!
Alguns livros são eternos.
Porque não podem ser concluídos.
Dá vontade de deslê-los,
Só pra poder achar que se deve lê-los novamente.
A vida toda está no sertão de Rosa,
No galopar de Rocinante...
No pano de chão amuado no canto da janela de Pessoa.
Ler um livro eterno é ser um deus com os olhos.
É esperar por uma ilha...
Pra enfim descobrir que a mesma não existe.
Mas, que diferença faz?
A vida de Sancho não está na certeza da ilha.
Está na espera. E na caminhada.
Os intervalos dolorosos de Pessoa são a própria Dor.
É o Universal sobre o Ser com todos os seus limites.
Deus mesmo que venha armado pra esse mundo cheio de palavras.
Pois o Diabo está nos rodamoinhos da preguiça.
Que nos impede de fazer da nossa vida um livro a ser escrito.
Pouco importa ser lido.
Importa por o sertão de dentro pra fora de si.
O que Dulcinéia del Toboso e Diadorim têm em comum?
A espera cavalgante de dois homens.
Eu, que sou mais Sancho que Quixote.
Prefiro as Palavras do Pórtico.
E navego... navego... navego...
E faço-me humanidade com as letras.




Um comentário:

mariab disse...

Alguns destes livros perdi pelo caminho, muitas páginas da vida estão em branco...há tempo para reencontrá-los?
abraços!