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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Decifrar-se

De-cifrar-se:
Romper com as cifras impostas sobre si.
Conversão monetária perene.
Câmbio corrigido do simplesmente si.
O que sobra de mim além dos juros que minha vida cobrou?
Somos um monte de juros.
Quitamo-nos diariamente em parcelas únicas.
Aliás, somos um carnê que se destaca folha por folha,
Lentos, suaves, insistentes.
Cada prestação do Ser é uma cifra a menos.
Uma dívida de si com o outro.
No Reino do provisório, viver é amortizar-se.
Dialética sem código de barras.
Eu queria pagar o que me devo.
Mas ainda sou inadimplente de mim mesmo.
Há muitas cifras sobre mim.
Passado contabilizado em registros múltiplos.
O amor é um cheque em branco.
Decifrar-se é investir-se.
E descobrir-se um devedor nato.
Ô vidinha financiada meu Deus!

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