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sábado, 3 de dezembro de 2011

As três velhas

Domingo passado assisti pela segunda vez
A peça AS TRÊS VELHAS
De Alejandro Jodorowski.
Recomendo.
E recomendo que assistam mais de uma vez.
A decrepitude da existência está toda ali.
O ser humano enquanto fome, desejo de parir e mentira.
Essa tríade nos sustenta.
Devoramos tudo ao nosso redor para sustentar-nos no salto.
Há uma boca enorme, dentada, saltando nossas faces.
"Quando voltamos à origem, morrer é um batismo".
Creio que o maior sacramento que podemos receber,
É reconhecer nossas origens. E morrer.
Quanto mais envelhecemos,
Mais retornamos ao oco faminto de nós.
Não, ficar velho não é ruim.
Ficar velho é redimir-se com o tempo,
É pedir perdão à vida por nossa total imprestabilidade.
E reconhecer: Tempo, você é maior do que eu!
Toda mentira é uma arma contra o tempo que nos come.
Nos devora e estupra.
Nessa guerra travada, somos reféns incólumes.
Somos o estofo das ilusões mal-engendradas,
Em nossa carne, gravidezes extra-uterinas.
Sim, o corpo é uma refeição a ser comida lenta.
A vida é um prato que se come quente.
"Ai dos caminhos abertos por onde nada passa".

Um comentário:

mariab disse...

O” quente” , agita as moléculas , as tornam vibrantes, livres! Sejamos corajosos, gozemos a vida já!! Bom final de semana pra você.Um bom e Santo Advento. Bjs