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domingo, 25 de dezembro de 2011

O Deus mamante

O Verbo se fez choro.
Pelado, pobre, pedinte, estrangeiro,
Assim o deus-mamante veio ao mundo.
Ele não tinha teto,
Mas tinha tetas naquela noite.
Sim, o deus mamou na humanidade.
Ele aprendeu a ser deus conosco.
Ele, que já o era,
Agora é!
A Palavra precisava chorar pra ser Pessoa.
Só as carnes que choram diante de outra carne
Podem ser consideradas gente.
Divino é tudo aquilo que não se contenta em ser apenas Deus.
Divinos são aqueles que descem do Olimpo
E choram em manjedouras.
Onde os animais comem,
Deus se dá como banquete.
Eterno não é aquilo que não tem fim.
Eterno é o terno em plenitude.
É o choro dos que insistem apesar do fim.
O deus mamante é eterno porque fez do colo humano um altar.
O deus mamante não cabe em Igrejas, ritos ou doutrinas,
Não, o deus mamante não cabe em teorias abstratas.
Mas no colo da gente cabe.
Hoje, nesse dia de Natal,
Que ninguém passe sem dar colo ao deus.
E que nas manjedouras-mesas fartas,
Os verbos se calem.
E as pessoas renasçam carne!

2 comentários:

mariab disse...

Perfeito texto! Dá um nó saber que um menininho frágil na manjedoura, ávido por um leitinho, seja o Salvador, o nosso Deus do impossível!!.Amém!
Ah! No meu colo ele cabe.

mariab disse...

Um Feliz 2012, muita paz, saúde, prosperidade, muitos abraços e beijinhos também, no próximo ano desejo que você realize seus sonhos, projetos, objetivos, metas qualquer que seja o nome que você dê a eles.
Deus te abençoe, te inspire, para você continuar a escrever muito...aqui no seu blog , sou sua fã incondicional!
FELIZ ANO NOVO !!Sua Benção!