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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Tempos de Vingança

Triste época em que assistimos a vingança ao vivo e a cores.
Ela, que já foi considerada pecado,
Rejeitada como traço negativo da alma humana,
Hoje desfila altaneira distribuindo sorrisos.
A vingança cativa.
Na mocinha injustiçada da novela,
Sentimo-nos todos abraçados
E acalentados pelo tempo que reabre todas as feridas.
Não sou hipócrita ao bastante pra dizer que nunca senti isso em mim.
Às vezes as perdas gritam por revanche,
Isso é natural.
Faz parte da dinâmica dialética da vida.
E as derrotas são inevitáveis,
Como também algumas vitórias.
Sentir desejo de revidar o golpe sofrido todos sentimos.
O juízo se estabelece no "como"!
Pra mim, o amor é a maior das vinganças possíveis.
O ser amado é atingido por um golpe mortal,
Inesperado!
Sim, quando retribuímos com amor ao ódio recebido,
Atingimos o adversário em seus órgãos vitais.
O amor desconcerta!
A palavra vingança tem a mesma etimologia de vitória!
Vence quem se supera no amor!
Não me perguntem da intenção,
Pois cada vez mais acredito que só agimos intencionalmente.
O ad-verso é também per-verso porque é diferente.
E, no fundo, talvez sejamos todos perversos.
Procuramos uma"ver"-dade pra "si".
Comece amando por vingança,
Depois você se habitua.
Ninguém esquece um tombo,
Eles doem por anos.
Mas inesquecível mesmo,
São as mãos que nos levantam!
O ressentido finge que não se enraivece,
O vencedor transforma a vingança em vitória!
E ama, absurdamente livre!
A outra face se oferece sempre em forma de beijo!

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