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segunda-feira, 11 de março de 2013

Conclave

Eu insisto em falar sobre relações.
Afinal, tudo começa mesmo é por elas.
Primeiro, o deus se relacionou.
E, por se mover, acendeu uma chama insaciável, chamada humano.
Cada relação humana é um conclave.
Há aquelas nas quais as chaves ficam pra fora.
Aquelas nas quais as chaves ficam pra dentro.
E aquelas nas quais não há chaves, nem portas.
Trancafiar-se em mistérios para eleger aquele ao qual se abre nossa vida
Talvez seja inevitável, mas com certeza dramático.
Uma palavra é uma forma de chave.
Mas também pode ser cadeado.
Guarde-as para o mistério que se encerra sob portas seladas.
Não mostre seu menu logo na recepção.
Permita antes com que o outro se assente,
Beba algo suave, e repare nas roupas alheias.
A maioria das palavras ainda são adolescentes.
Afoitas, espinhentas, anseiam sair boca afora.
E muitas vezes trancafiam ad aeternum quem as pronuncia.
Não pretenda possuir as chaves de um encontro,
Sem antes saber se as portas permanecerão abertas.
A mesma porta que servirá de entrada,
Provavelmente será a de saída.
Eu prefiro a palavra "inevitável" a "essencial".
Não evite um encontro feito sob o olhar de chaves alheias.
Afinal, para que a fumaça branca suba pelos ares,
O importante mesmo é que o fogo seja aceso.
Somos eleitos antes de eleger.

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