Não contem pra ninguém,
Mas uma chuva de evidências me revelaram
Que todos os substantivos um dia já foram verbos.
Sim, foi desse modo que o infinitivo se fez trágico
E habitou o território moral das palavras limitadas.
Assim é a vida humana,
Nascemos todos em forma de interjeição,
Aos berros,
E bem devagarinho, vamos nos tornando verbos.
Chorar, Mamar, Engatinhar, Andar, Correr... Morrer.
Mas a coisa só piora mesmo
Quando o "viver" se condiciona ao "estudar", "trabalhar"...
E tudo isso misturado ao "apaixonar-se", que,
Pra piorar a situação,
Quis se fazer reflexivo desde sempre.
Foi o "se" que substantivou tudo.
E fez dos "abraços", do "beijos", e outros tantos...
Uma carência enorme de objetos
Indiretamente dispostos à indisposição em forma de aposta.
E reveladas em forma de "Tu".
Nos tornamos adultos quando descobrimos que "Amor",
Ainda que termine em "erre" como todo infinitivo,
Já não é mais Verbo, mas qualquer coisa escrita entre aspas...
Que nenhum conceito ou palavra humanas
Podem alcançar ou definir.
É na suspeita de cada "e se...?"
Que o Amor se revela fugitivo...
E absurdamente ilógico.
O deus, que não é bobo nem nada,
Quis mesmo foi, de Verbo, se fazer Palavra.
Pronunciada nas andanças amantes desse mundo des-dito.
Sim, Ele foge dos ditados.
E prefere o mistério do Amor feito gente.
Gr-"Amar"-tica da suspeita.
3 comentários:
E de verbos passivos, finitos, substantivos ou não,conjugamos nossa existência.
Apreciei (olha o verbo!) Muito!(Substantivo e Advérbio)
verbos passivos, finitos, substantivos ou não,conjugamos nossa existência.
Apreciei (olha o verbo!) Muito!(Substantivo e Advérbio)
Abraço!
Nossa! Muito LINDO, Thiago! Da primeira à última linha. Amei!
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