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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Gramática da Suspeita

Não contem pra ninguém,
Mas uma chuva de evidências me revelaram
Que todos os substantivos um dia já foram verbos.
Sim, foi desse modo que o infinitivo se fez trágico
E habitou o território moral das palavras limitadas.
Assim é a vida humana,
Nascemos todos em forma de interjeição,
Aos berros,
E bem devagarinho, vamos nos tornando verbos.
Chorar, Mamar, Engatinhar, Andar, Correr... Morrer.
Mas a coisa só piora mesmo
Quando o "viver" se condiciona ao "estudar", "trabalhar"...
E tudo isso misturado ao "apaixonar-se", que,
Pra piorar a situação,
Quis se fazer reflexivo desde sempre.
Foi o "se" que substantivou tudo.
E fez dos "abraços", do "beijos", e outros tantos...
Uma carência enorme de objetos
Indiretamente dispostos à indisposição em forma de aposta.
E reveladas em forma de "Tu".
Nos tornamos adultos quando descobrimos que "Amor",
Ainda que termine em "erre" como todo infinitivo,
Já não é mais Verbo, mas qualquer coisa escrita entre aspas...
Que nenhum conceito ou palavra humanas
Podem alcançar ou definir.
É na suspeita de cada "e se...?"
Que o Amor se revela fugitivo...
E absurdamente ilógico.
O deus, que não é bobo nem nada,
Quis mesmo foi, de Verbo, se fazer Palavra.
Pronunciada nas andanças amantes desse mundo des-dito.
Sim, Ele foge dos ditados.
E prefere o mistério do Amor feito gente.
Gr-"Amar"-tica da suspeita.



3 comentários:

Jânia Maria disse...

E de verbos passivos, finitos, substantivos ou não,conjugamos nossa existência.

Apreciei (olha o verbo!) Muito!(Substantivo e Advérbio)

Jânia Maria disse...

verbos passivos, finitos, substantivos ou não,conjugamos nossa existência.

Apreciei (olha o verbo!) Muito!(Substantivo e Advérbio)

Abraço!

Suely Melo disse...

Nossa! Muito LINDO, Thiago! Da primeira à última linha. Amei!