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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

As castanholas de seus pulsos

Nós somos meio que surrealistas né?
É que no hiato da sua alma,
O inconsciente se diverte como criança...
E eu o sinto, na liberdade que faz tudo ser permitido...
Dos dentes mordidos que inflamam,
Às galinhas que jogam beisebol.
Sua galeria é feita de 465 portas
Que eu abrirei uma a uma, lentamente
Pra não perder a graça do ranger das dobradiças.
Porque é nas dobradiças que o amor acontece.
Pergunto-me se existes,
Pois a poesia é a melhor forma de (re)existir.
Amar não é verbo intransitivo.
É verbo em trânsito,
Feito das curvas do Rodoanel,
Que ligam dois longes que se tornaram perto.
Pois o Amor torna tudo perto.
Vi os bigodes da Frida.
E contei os fios, um a um.
E sem que percebesses, eu a via ali, na parede,
Como um sonho que transbordou sem pedir licença.
Amar rima com derr-amar,
Porque vaza as palavras,
Escorre pelos medos,
E transborda como uma química perigosa,
Que faz de dois corpos quentes um par de reféns
Vestidos de nada.
Feito um infinto entrelaçado que anoitece fervendo...
No estralo infame das castanholas de seus pulsos.
São assim as noites de outubro nessa cidade suada e de lua derretida.

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