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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Como criança atrás de pipa

A minha alma anda com saudade de mim.
Talvez seja porque eu não a acredito.
Mas eu a engano.
E isso é pecado mortal mais que venial.
Minha alma já foi pelada, penada, pesada...
Agora decidiu ser emperrada e só.
Não existe salvação enquanto existir o eu.
Pois misturar-se e desaparecer é a mais bela hipótese possível.
Escrevo pra fingir que ainda estou aqui.
E pra ser um punhado de memória alheia.
Gosto de ler coisas escritas a sangue quente.
Com raiva, com olhos miúdos e dentes semicerrados.
Eu sinto e minto ao mesmo tempo.
Primeiro eu escrevo meus sentimentos,
Depois corro atrás deles, como criança atrás de pipa.
Meu maior medo continua sendo o tédio.
E sim, você é inteira poesia.


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