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domingo, 14 de agosto de 2011

Migalhas de pão

Nem só de banquete o Ser viverá
Mas de toda migalha caída ao chão.
Ela acreditou nisso.
Esgueirou-se entre imaculadamente puros,
Ela, a cananeia vadia,
A pagã, a diferente.
- Jamais Senhor! Ela não come à nossa mesa!
-Ela não é como nós!
- Ela tem unhas compridas e usa batom vermelho!
- Ela tem lábios mordentes!
- E além do mais, ela Ama!
Mas o Homem-banquete,
Cansado de ser refeição de moribundos chatos,
Ouviu a voz que sussurrava em gritos,
Uma canção suave lhe beijava os ouvidos.
A fome do mundo em forma de lábios.
Além dos banquetes de ossos secos,
Havia migalhas suculentas de esperança.
Ela, devorada pelo Todo-Amante,
Colocou a toalha no chão,
Rezou.
E com um olhar de diferença,
Alimentou o deus-das-migalhas com desejo.
E banquetearam juntos,
Até lamber os dedos.

2 comentários:

mariab disse...

Amor que supera preconceitos de cor,raça ,credo...Há migalhas que faz o sorriso voltar e que operam milagres, eu preciso das migalhas que caem da mesa do meu Senhor .Parabéns pelo texto maravilhoso, muito edificante.Fique com Deus .

Zeu Tony Lopes disse...

É um Amor que está acima das palavras..., inefável, indizível e... inclassificável!