Visitas

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pedras, templos e eternidade

Hoje eu vi o tempo devorando tudo o que via pela frente.
O bom de se visitar um lugar onde o passado mostra a face
É aprender que absolutamente tudo passa.
Impérios, Templos, Palácios, Crenças...
Eu vi palácios enormes feito de pedras carcomidas...
Em Paris, Praga, e agora em Roma.
A mordida do tempo a gente não sente,
Por isso não dói,
E faz com que tenhamos uma doce e ilusória sensação de eternidade.
Oxalá nossa passagem por aqui seja menos para erguer paredes...
E mais para derrubá-las!
Eu me recuso a viver assentado sobre pedras pseudo-eternas.
Eu me recuso a ser mais um bloco argamassado entre outros.
Aliás, eu me recuso a qualquer eternidade que negue o fim.
O Deus, para apontar o Eterno, abraçou o fim e o suspendeu num madeiro.
Eu prefiro o "para sempre" feito de carne e sangue,
Com direito a erro e tudo.
Em Roma, me agrada ver as fontes...
Elas não cessam, são intensas e límpidas.
Nelas, a vida-em-forma-de-água flui intensa,
Pela boca de estátuas sorridentes,
Que de tanto jorrar, se eternizaram abastecendo o universo.
O tempo escorrega pelos canais úmidos por onde o rio da vida passa.
Cuidado, não se aproxime deste rio, ele é perigoso.
E afoga os que desejam ser como âncoras!
Só quem sabe flutuar consegue vencer o tempo,
Ainda que os abismos amedontrem,
A segurança da margem não chega ao pés da liberdade do leito.
Eu vi um rio nascendo do lado direito do Templo.
E por onde ele passava, a vida brotava, leve,
Fluída, mas absurdamente livre...
Por atravessar o Ser em forma de correnteza.
A eternidade não é um mérito,
É um mergulho!

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