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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Exalar-se

Uma das coisas mais importantes da vida
É saber que as flores não morrem, fenecem.
Fenecer. Fene-ser.
Elas que não falam.
Exalam. E ex-alando, vão sendo e só.
O perfume, ao mesmo tempo que é suspiro da planta,
É grito. Elas suspiram a existência para que respiremos.
As flores guardam encaracoladas até o último fragmento de segundo
Um universo todo em forma de mistério.
Basta um sopro. Basta um único raio de Sol,
Para que o botão se torne a roupa toda...
Para que a cor tenha cheiro...
E para que uma invasão ousada comece.
O ar, coitadinho, de tão atraído, se sufoca nele mesmo.
Não antecipes o desabrochar das coisas ocultas...
Permita com que o tempo seja o primeiro enamorado de tua fragância.
E o jardim das possibilidades,
O melhor frasco a ser entreaberto.
Exalar-se também é exilar-se.


2 comentários:

Suely Melo disse...

Quanto significado neste pequeno poema. A grandeza da existência revelando-se na fragilidade da flor.
Lindo D+!

mariab disse...

“Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, .”
Você sabe que é a minha flor preferida, estou sempre em oração por você. Fique com Deus, sua benção!