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terça-feira, 23 de julho de 2013

Entre vírgulas

A eternidade pressupõe vírgulas.
Quem já pontuou de finais e finalidades a própria caminhada
Já não tem mais linhas a serem escritas...
Aliás, nem caminho tem,
Está pronto para ser arquivado nas estantes empoeiradas do que já passou.
Sempre detestei arquivos.
Eles são empoeirados e repletos de silêncio.
Não há comunicação entre as pastas gordas e patuscas de documentos.
O que torna uma pessoa jovem
Não é o pouco tempo percorrido de vida,
Mas o o que se deseja enquanto vida para além do tempo.
Velho é quem apagou as vírgulas da própria escrita de si,
E preferiu o "ditado" seguro aos "aforismos" misteriosos do existir.
Um texto que termina em vírgula,
É sempre um texto inacabado,
Onde a palavra procurada ficou à espreita
E não quis se dar ao autor assim de qualquer jeito.
Escrever é procurar as palavras entre o não-dito,
É enfiar-se em brechas onde os conceitos não conseguem adentrar.
O deus feito Verbo e andança não explicou o caminho.
Se fez caminho.
E repousou a verdade ente o caminho e a vida.

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