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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A orquídea sobre a mesa

Ela permanecia. 
E por permanecer, floria sempre.
Seus dedos não sabiam tocar outra música a não ser o tempo
Fazendo dos ponteiros do relógio um teclado mudo.
Era assim a orquídea sobre a mesa.
Ansiosa. Sedenta.
Longe da umidade ela havia se tornado enfeite.
Presente de doente.
Declaração de resistência.
O pior amor possível é o que insiste em ser laço em forma de fita vermelha.
O maior amor possível desiste de amarrar...
E faz de cada girar de dedo, por mais curto que seja
Um laço infinito.
Uma orquídea não se planta.
Não se entrega.
Se é.





2 comentários:

Suely Melo disse...

Muito Lindo!

Anônimo disse...

Perfeito!
Precisava ler algo bonito assim!