Visitas

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Entre o Si e os Há-casos

Procura-se acasos.
Desesperadamente.
A história é dramática porque não permite surpresas.
Ela costura cada detalhe do Real, 
Como um deus silencioso, 
Que penetra pelas frestas.
O corpo, que nunca mente, vive à procura do belo,
Porque é no belo que encontra o sentido pro nada.
Ouvi em minha banca de doutorado que preciso me desprender do Si.
Esse sim, é maiúsculo,
Porque consegue ser maior que o deus.
O Si é mudo. Sorrateiro.
Aperta a campainha e sai correndo.
Ele é o mais perfeito argumento da morte.
Porque é mais convincente que a lógica aristotélica.
Às vezes o Si se abraça comigo no leito.
E toma meu corpo de febre e fim.
Ciumento, ele afasta o imprevisível das possibilidades para longe.
E pede a parte que lhe cabe da herança,
Sem pedir licença ou consultar minha temperatura.
O Si dói porque existe.
Inabitável é o território do A-mor.
Que não permite hábito.
Permite espanto-e-pranto.
O acaso é único remédio para o Si.
Há-casos que salvam por "si" mesmos.

Nenhum comentário: