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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Hiatos

Éramos o que se podia chamar de intervalo.
Reféns de um passado com gosto de café fraco,
E embriagados da fumaça-feito-fuga-e-fole.
Vítimas do efêmero.
E devotos de uma liberdade
Irresistível de tão impossível.
A música do vento.
Os faróis de meia-luz.
E a eternidade imbecil de dois dias suficientes.
A florada do ipê branco é bela porque é breve.
Ela despenca como grito por piedade,
E se suicida na constatação cruel do tempo que passa.
A matéria aprendeu com as ideias a ser fluída.
Pois foi assim que alma virou corpo e pó.
Não toques o coração de quem ama,
Se não tiveres pronto para a guerra.
Porque amor e guerra são a mesma batalha
Travada com armas diferentes.
Meu maior medo continua sendo o tédio.
Sobrevivo na insanidade de teus hiatos.
O sobrenome do mistério é a intensidade.



2 comentários:

mariab disse...

Continua poetizando como ninguém!! Em minhas orações você está sempre presente. Abraço.

mariab disse...

Continua poetizando como ninguém!! Em minhas orações você está sempre presente. Abraço.