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domingo, 27 de setembro de 2015

Sente necessidade de se despedir?

Sente a necessidade de se despedir?
A hospedaria não fecha a conta,
Nem oferece nota fiscal ao consumidor.
Pois a diária escolheu não vencer ao meio-dia.
Pra descobrir as tardes do poeta,
Onde a insônia e a insanidade se beijam.
Ela trouxe o suco e virou bebida ao mesmo tempo.
E mediu minha febre com os lábios.
Os calafrios calam o frio dos hiatos.
E a hospedaria, onde habitam saudade e mistério,
Preferiu não ser morada e na-morada ao mesmo tempo.
Precipitado e precipício têm a mesma raiz.
E o mesmo buraco diante dos olhos.
Eu havia me esquecido de que os leves flutuam,
Não mergulham.
Preferem as asas às nadadeiras.
Gosto dos teus eclipses porque são totais.
Eles são crescentes na minguância
E vice-versa.
São Jorge, que de dragão tá de saco cheio,
Vive mesmo é na lua-de-mel dos amantes.
Na espada perfurante das imbecili-tardes.
Há um muro invisível entre nós.
Grafitado como uma tela de Kandinski,
Ou um filme de Godard.
O limite da loucura é a distância entre dois pontos.
Fuga-me.
Na equação escrita em teu corpo,
As distâncias se equivalem.
Pois entre o zero e o infinito,
Há o universo inteiro dos números mudos.
Calando La noche,
Como prece de uma primeira música.
É isso.





Um comentário:

Suely Melo disse...

É absolutamente incrível o que vc consegue fazer com as palavras. O sentido que o dá a elas. Adorável!